Não é de hoje que a indústria guseira de Minas Gerais vem sofrendo não apenas com a alta dos preços do minério de ferro e do carvão, mas também com a qualidade dos suprimentos que abastecem o setor. Neste ano, os impactos nacionais e internacionais causados pelo novo coronavírus agravaram ainda mais a situação e as siderúrgicas já temem pelo desabastecimento, diante do ensaio de retomada da demanda.
A informação é do presidente do Sindicato da Indústria do Ferro no Estado de Minas Gerais (Sindifer-MG), Fausto Varela Cançado. Segundo ele, o setor já acumula aumento de 45% nos custos com o minério de ferro, desde o período pré-pandemia, em fevereiro, até agora. Isso, considerando a variação dos preços e a depreciação cambial.
Para se ter uma ideia, o dólar fechou o mês de fevereiro no patamar de R$ 4,49 e encerrou a quinta-feira (10) em R$ 5,32. Já a cotação do insumo siderúrgico no mercado internacional iniciou o ano na casa dos US$ 90 a tonelada e com a pandemia voltou a ultrapassar os US$ 100 a tonelada, chegando ontem a US$ 126.
Além da alta dos preços, o dirigente também citou a depreciação da qualidade do minério recebido pelas indústrias. Conforme ele, isso já é observado há algum tempo e reflete uma inquietação sobre a priorização de envio do material de melhor qualidade para o exterior, inclusive, a partir da valorização da moeda norte-americana, como vem ocorrendo com outras commodities nacionais.
“Quando questionamos as mineradoras elas alegam apenas que está relacionado à profundidade da jazida ou até mesmo ao tipo do minério. O teor de ferro vem caindo muito. Antigamente trabalhávamos com teor de ferro acima de 62% e hoje não passa de 55%”, reclamou.
Cançado disse ainda que o volume de resíduos a partir do processo produtivo também aumentou muito. “Antes, para cada tonelada de ferro-gusa tínhamos 150 quilos de escória. Agora, estamos gerando acima de 400 quilos. Isso é perda de produtividade”, complementou.
Procurados, nem o Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram), nem o Sindicato da Indústria Mineral do Estado de Minas Gerais (Sindiextra) quiseram comentar o assunto.
Carvão – Sobre o carvão vegetal, o presidente do Sindifer-MG afirmou que já houve aumento de cerca de 36% e que, mesmo no período de seca, quando o preço costuma cair, desta vez, houve elevação. Neste caso, ele acredita que a pressão pode estar ocorrendo por causa da “oferta que está limitada”.
Em suma, o dirigente alertou que a grande preocupação diz respeito ao abastecimento das siderúrgicas, uma vez que o ritmo de recuperação vem aumentando e, tanto os custos quanto a qualidade, seguem prejudicando os níveis de produtividade do setor.
Exportações – Quanto ao desempenho, as exportações continuam garantindo os negócios da indústria do ferro mineira. Nos últimos meses, o desaquecimento do mercado interno provocado pelas medidas de distanciamento social em combate ao novo coronavírus, deu lugar às vendas internacionais de países como China, Estados Unidos, Espanha, Itália e Japão.
Conforme já publicado, até agora, o desempenho de 2020 reflete as encomendas internacionais que, historicamente, representavam 50% das vendas. Neste ano, a média está em 70% do total.
Diante do cenário, a aposta do setor é encerrar o exercício com a produção nos mesmos patamares de 2019, ou seja, na casa das 3,5 milhões de toneladas. Antes da Covid-19, porém, a estimativa da indústria era de alta de 10% neste exercício sobre o ano anterior.
Fonte: Diário do Comércio/Foundry Gate
Compra | Venda | |
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Dólar Comercial (em R$) | 5.5321 | 5.5322 |
Dólar Turismo (em R$) | 5.5556 | 5.7356 |
Fonte: | UOL Economia |
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