A forte demanda na China, maior motor de crescimento do mundo, pode provocar escassez de minério de ferro, que mostra o melhor desempenho entre as principais commodities neste ano e preços chegaram a ultrapassar US $ 150 a tonelada.
Os contratos futuros em Cingapura subiram quase 70% desde janeiro e atingiram a maior cotação desde o início das primeiras em 2013, impulsionados pela recuperação guiada pelo estímulo da China que acelera a produção e o consumo de aço. O rali ganhou ainda mais força depois que a Vale cortou a estimativa de produção anual na semana passada. Ao mesmo tempo, o primeiro trimestre deve trazer mais riscos de interrupções causadas pelo clima para produtores do hemisfério sul.
No centro do rali está a posição da China como a única grande economia a registrar recuperação sustentada e forte depois da crise causada pela pandemia neste ano, com o investimento em infraestrutura como pilar fundamental do crescimento.
Esse cenário eleva a demanda e os preços do aço e incentiva a China, maior fornecedora mundial, aumentar a produção mesmo com maiores custos dos insumos. Também leva compradores chineses a pedirem intervenção, enquanto ações das produtoras australianas BHP e Rio Tinto disparam. Alguns observadores do mercado reconhecem que a valorização dos preços vai além do que é justificado pelos fundamentos.
“O mercado está em desequilíbrio agora – os investidores estão negociando metais industriais como o minério de ferro como uma aposta especulativa sobre o desempenho da economia da China”, disse Atilla Widnell, cofundador da Navigate Commodities. “Não há como o minério de ferro valer US $ 150 com base nos fundamentos de oferta e demanda”, acrescentou.
O Morgan Stanley disse que os preços parecem cada vez mais sobrecomprados, embora projete déficit. Já o Goldman Sachs destacou-se potencial para mais ganhos em meio à falta do insumo. O banco da Austrália e da Nova Zelândia alertou que a desaceleração da produção de aço pode abrir caminho para uma demanda menor por minério de ferro, mesmo com previsão de mercado apertado no próximo ano.
Os futuros chegaram a subir 5,5%, para US $ 154,68 a tonelada na Bolsa de Cingapura, antes de serem negociados para US $ 153,60. Os preços spot de referência foram cotados a US $ 150,15 na quarta-feira, o maior nível desde 2013, quando o forte crescimento chinês elevou a demanda por minério de ferro, embora ainda mais de US $ 40 abaixo do recorde alcançado em 2010.
Problemas de oferta
O Goldman Sachs disse nesta semana que o déficit de espera “substancial” no próximo ano, com demanda resiliente e oferta restrita sustentando a alta dos preços. O Morgan Stanley prevê que o primeiro semestre de 2021 é particularmente apertado, o que deve manter os preços acima de US $ 100 a tonelada.
Do lado da oferta, em novembro os embarques do Brasil caíram para menos de 30 milhões de toneladas pela primeira vez desde maio. O guidance de produção mais baixo da Vale para 2020 mostra que a mineradora ainda enfrenta a recuperação para recuperar capacidade após o rompimento da barragem de Brumadinho no ano passado. Além disso, a empresa disse que adotou uma abordagem conservadora para 2021.
Números de Port Hedland, na Austrália, maior terminal de exportação, grande ligeira queda dos embarques em novembro. Na quinta-feira, a Autoridade Portuária de Pilbara emitiu um alerta de ciclone e disse que estava fechando o porto e ancoradouros para grandes navios.
Fonte: UOL/Foundrygate
Compra | Venda | |
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Dólar Comercial (em R$) | 5.5321 | 5.5322 |
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Fonte: | UOL Economia |
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